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O primeiro relato de dor lombar na história foi registrado no Egito, por um trabalhador

que ajudava na construção de uma pirâmide em Saqqara em 2748 a.C. sendo

sentido quando o operário inclinou-se para frente e apanhando um peso

reextendeu sua coluna. A dor pode ter sido sentida em dois momentos, ao

se inclinar ou quando no mais provável quando o mesmo reextendeu a coluna

com o peso apanhado.

Na postura ereta, os discos exercem uma pressão entre eles mantendo as

vertebras afastadas, além de fazerem com que os ligamentos longitudinais da

unidade funcional fiquem tensos. Quando a pessoa se inclina para frente, os músculos

das costas contraem evitando uma rápida inclinação e desequilíbrio. Os músculos começam a se alongar lentamente com a continuação da inclinação permitindo a flexão lombar. Quando a flexão atinge 45 graus para frente a coluna lombar não consegue mais se inclinar e então a inclinação parte da pelve.

Para que esta inclinação do corpo para frente ocorra é necessário que os músculos tenham bom condicionamento. Isto é, alongamento e tônus muscular suficientes. Se uma pessoa sem condicionamento inclina seu tronco para frente, os tecidos sensíveis que deveriam se estender, músculos e ligamentos da região lombar, não se estendem e pode ocorrer dor lombar.

Para que ocorra inclinação superior a 45 graus é necessário que a pelve rote e para isto, os músculos posteriores da coxa (isquiotibiais) e das nádegas devem ser flexíveis o suficiente. Se estes músculos não tiverem alongamento e não se estenderem o necessário para a inclinação, os músculos da lombar excederão o limite de 45 graus e provocarão dor lombar. Se o alongamento for realizado de maneira abrupta e acima do limite o corpo pode reagir contraindo e gerando espasmo muscular.

Flectido o corpo à frente é hora de retornar a posição ereta. Neste momento os músculos exercem mais contração do que alongamento. Primeiramente os músculos posteriores da coxa e glúteos agem e quando a coluna retorna aos 45 graus, aí então os músculos da coluna lombar se encurtam e contraem trazendo o corpo acima.

Um indivíduo pode se lesar no movimento de reextensão da coluna caso a musculatura não esteja preparada para o movimento ou mesmo que condicionada a tensão emocional do momento como raiva, tristeza ou fadiga gere tensão no tecido muscular e ainda se ao levantar com um peso, ela calcular errado acreditando estar levantando mais ou menos peso do que o esperado e colocando um impulso motor diferente do necessário.

Estas condições gerarão dor por levarem os músculos posteriores da coluna vertebral a se contraírem excessivamente, criando um encurtamento abrupto. Os músculos iram se inflamar ficando doloridos e isto pode gerar espasmo, que é uma contração muscular sustentada que não relaxa, desencadeada pelo corpo a fim de proteger os tecidos lesados, limitando ou impedindo sua movimentação.

O espasmo muscular irá alterar o equilíbrio da coluna vertebral, pois impede que os músculos relaxem, comprometendo funções como ficar em pé, caminhar e sentar. A pessoa se move de maneira rígida.

Se os músculos dos dois lados da coluna sofrerem espasmo o mesmo é chamado de bilateral. Se apenas um dos lados tiver sofrido espasmo, a coluna será desviada para este lado, e devido a torção imposta pela musculatura tensa quando o indivíduo é analisado por detrás apresentará uma curvatura anormal da coluna o que é chamado de escoliose aguda. Ainda como resultante da reextensão da coluna feita de modo errado, a musculatura com espasmo muscular além de dor apresentará nódulos.

:: Dor lombar – Dor originada na flexão e/ou reextensão da coluna

Dor Lombar – Aula 03

por Diego Carlos Marquete

Recapitulando:

 

O objetivo deste texto é discutir a dor lombar originada no processo de se abaixar e levantar e ao pegar objetos.

  1. Definiu-se a mecânica dispendida nos movimentos de flexão e reextensão da coluna lombar.

  2. Estabeleceu-se baseado nas biografias que o movimento de flexionar a coluna lombar é até 45 graus. A partir deste ângulo o movimento se dá pela pelve, sendo necessário que os músculos posteriores das coxas e glúteos tenham alongamento suficiente para auxiliar a flexão.

  3. Na reextensão ocorre a contração dos tecidos e quando a mesma é feita de maneira ineficiente pode gerar dor e além de dor quadro de espasmo muscular, que é uma contração mantida sem relaxar. Em termos diários, contratura dos músculos na lombar.

  4. O espasmo gera inflamação o que acarreta em dor e movimentação rígida, encurtamento.

  5. Pensando sobre a intervenção, evidentemente primeiramente aliviamos a dor com manobras de amplitude maior como pressões palmares para só depois pressionar digitalmente os nódulos, intercalando com a desensibilização feita com a pressão palmar e por fim pompagem dos tecidos ou alongamento suave.  

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